quinta-feira, 28 de maio de 2015

10 LIÇÕES DA HISTÓRIA DE JEFTÉ

Publicado em 1 dez 2014   por http://catedralmetodista.org.br/sem-categoria/10-licoes-da-historia-de-jefte/

Jefté significa “libertador”, nome que, por si só, já indica um propósito de Deus na sua vida! Nós, Igreja de Jesus Cristo, neste tempo do fim, temos a certeza de que Deus, o nosso Deus, o Todo Poderoso Deus de Israel, tem também um propósito em nossa vida, que é nos usar para libertar pessoas que necessitam da Graça do Senhor Jesus.
No livro de Juízes, capítulo 11, vemos a história de Jefté, que era filho de um homem chamado Gileade e de uma prostituta com quem Gileade, mesmo casado, havia se relacionado. Passado algum tempo a esposa de Gileade teve também filhos, os quais quando cresceram expulsaram Jefté de casa e da cidade, por preconceito e porque não queriam dividir com ele a herança que o pai lhes deixaria. Estavam, na realidade, praticando uma grande injustiça, com o apoio dos anciãos da cidade.
É evidente que Jefté não gostou, mas resignado, se retirou para as montanhas na terra de Tobe – lugar dos fugitivos, marginais e similares. Mas Jefté não era nada disso e sim um homem valente e injustiçado. Seu temperamento forte e de líder o levou a formar um exército bem treinado nas montanhas, uma espécie de mercenários que lutavam em troca de dinheiro ou comida. Certamente vendiam proteção aos fazendeiros protegendo suas propriedades e rebanho, (Esta situação se repetiu muitos anos depois com Davi, que perseguido pelo rei Saul fugiu para as montanhas onde formou um exército de desacertados, fugitivos da Justiça, que passaram a ser chamados “Valentes de Davi” – I Sm.22.2).
Mas nada como um dia depois do outro… Um dia os amonitas declararam guerra aos gileaditas, que por sua vez não tinham um exército organizado para se defender. Então foram em busca de Jefté, porque certamente sua fama de comandante do exército das montanhas era do conhecimento de todos. Neste momento de grande interesse para os gileaditas, já não importava o fato de Jefté ser filho de uma prostituta. Então Jefté lhes fez uma proposta: se Deus fosse com ele e ele fosse bem sucedido em defender os gileaditas e expulsar o inimigo, então ele passaria a ser o cabeça, governador e juiz de Gileade. Os anciãos e o povo aceitaram e se comprometeram em assim fazer. O que, segundo a Palavra, foi logo assumido, antes mesmo de Jefté ir à luta. Esta seria a grande realização da vida de Jefté e a constatação para os gileaditas de que agir com preconceito não leva a nada e o que vale é o caráter e unção da pessoa.
Jefté se mostra um grande diplomata: como cabeça dos gileaditas, ele envia mensageiros aos amonitas, recordando toda a história do povo de Israel e de como Deus lhes entregou todas aquelas terras que por isso eram inegociáveis e seriam defendidas com todo o vigor. Jefté queria paz e não guerra e pede aos amonitas que desistam de lutar por uma causa perdida. Mas eles não deram ouvidos.
Diz o verso 29 que o Espírito do Senhor veio sobre Jefté e o verso 32b diz que o Senhor os entregou nas mãos de Jefté. Portanto, a vitória já estava decidida, era de Deus usando a Jefté e ponto final. Não havia mais nada a ser feito muito menos qualquer voto. Voto se faz quando não temos certeza da vitória, quando Deus ainda não falou nada. Mas quando estamos cheios do Espírito e já temos a direção e a Palavra de Deus, temos só que ir pra cima com tudo e tomar posse da vitória!
Entretanto, Jefté fez um voto errado – v. 30-31: “Se, com efeito, me entregares os filhos de Amom nas minhas mãos, quem primeiro da porta de minha casa me sair ao encontro, voltando eu vitorioso dos filhos de Amom, esse será do Senhor, e eu o oferecerei em holocausto”. Quem primeiro saiu ao seu encontro foi sua única filha! Jefté, sem discernir que não lhe faltava mais nada para obter a vitória, fez um voto desnecessário e pagou um grande preço por sua insensatez, mas nem por isso Deus o abandonou; manteve a unção da vitória que se concretizou de maneira brilhante. As consequências do voto errado não tem nada a ver com Deus, que não lhe pediu voto algum!
 Lições:
  1. A Bíblia, como Palavra de Deus, não esconde nada de ninguém. Os fatos históricos são narrados como aconteceram, cabendo a nós discernir pelo Espírito Santo o que Deus está falando ao nosso coração.
  2. Ser filho de prostituta por si só não desmerece ninguém. Deus está preocupado com quem nós somos de fato e Ele tem um propósito na nossa vida independentemente de qualquer outra coisa, inclusive nossa origem.
  3. Quando somos escolhidos de Deus, não importam as injustiças que cometam contra nós, importa permanecermos firmes, discernindo bem as situações.
  4. Onde quer que estejamos, somos filhos da Luz e chamados para ser cabeça e não cauda (espírito de liderança).
  5. Um dia, aqueles que foram injustos conosco virão e reconhecerão a unção de Deus sobre a nossa vida.
  6. Precisamos estar preparados para ser cabeça.
  7. Precisamos estar preparados para a guerra.
  8. Precisamos tentar negociar primeiro antes de lutar, mas há coisas que são inegociáveis.
  9. Quando vamos para a guerra, precisamos de uma unção especial do Espírito e a não ser que Deus revele algo mais, esta unção é totalmente suficiente para nos garantir a vitória.
  10. Cuidado com os votos que Deus não pediu nem revelou – você vai ter que arcar com as consequências.
 Deus seja louvado!
_ _
Alcides de Moraes Mendes – Mineiro, casado, pastor metodista aposentado na 4ª RE (ES/MG)

quarta-feira, 27 de maio de 2015

HINENI - "EIS-ME AQUI!"

Publicado em 17 nov 2014, no site http://catedralmetodista.org.br/colunas/h-i-n-e-n-i-eis-me-aqui/

Para entender perfeitamente uma palavra escrita em outro idioma, não basta consultar o dicionário. Faz-se necessário pesquisar, se possível, outros textos e perceber como a palavra em questão é usada e traduzida. Hineni é uma destas palavras. Primeiro precisamos lembrar que o original do Antigo Testamento foi escrito em hebraico, onde hineni significa“eis-me aqui”, porém no sentido mais amplo da expressão, que não só quer dizer que “eu estou presente”, mas que além de presente “eu estou às ordens”, “à disposição”, “pode contar comigo, para o que for”, plenamente, inteiramente, e, também, independentemente de gostar ou concordar. Por isto é uma expressão muito forte, que não pode ser usada de qualquer maneira, porque traz consigo implicações bastante sérias. Isto é: se você é uma pessoa séria, de caráter firme, e disse “eis-me aqui”, não pode mais voltar atrás! É como se fosse um compromisso assumido! Vejamos alguns textos:
Gen. 22.1 – Deus colocou Abraão à prova e lhe disse: Abraão! Este lhe respondeu: Hineni ! Eis-me aqui! v.2 – Toma teu filho, teu único filho, Isaque, a quem tu amas, e vai-te a terra de Moriá, eferece-o ali em holocausto, sobre um dos montes, que eu te mostrarei. E agora? Uma situação complicadíssima! Mas hineni não tem volta! v.3 – Levantou-se, pois Abraão… E foi! Porque ele sabia que havia dito hineni para o Jeovah Jireh, aquele que é Senhor, mas que também proverá tudo que for necessário e não precisava temer coisa alguma, Aleluia! Glória seja dada ao Senhor!
Ainda há mais dois “hineni” no texto: v.7 – O filho disse: Meu pai! (ele percebeu que tinha alguma coisa estranha, faltava alguma coisa, ele estava inseguro!) Abraão respondeu: hineni, eis-me aqui, meu filho, conte comigo e com o Deus a quem eu sirvo porque Ele proverá! Abraão estava seguro e através da expressão hineni ele passa segurança para o seu filho. Hineni é também um testemunho de que confiamos totalmente no nosso Deus. V.11 – Mas do céu lhe bradou o Anjo do Senhor: Abraão, Abraão! Ele respondeu: hineni, eis-me aqui! Estou pronto para obedecer! Não faça nada com Isaque, porque agora sei que temes a Deus! Hineni é também uma forma de demonstrar o temor de Deus, no sentido de obediência incondicional, sem nenhum “se”!
I Sam. 3.4 – O Senhor chamou o menino: Samuel, Samuel! Este respondeu: Hineni, eis-me aqui! V.5 – Correu a Eli e disse: hineni, pois me chamaste. Mas Eli disse: não te chamei, torna a deitar-te. Samuel se foi e se deitou. Isto se repetiu por três vezes. Deus estava chamando Samuel para uma obra gloriosa, mas na sua infantilidade ele se apresentava ao sacerdote, com a resposta certa, hineni, mas Eli não estava discernindo o que estava acontecendo. Sem maturidade, sem orientação, acabamos dizendo hineni para a pessoa errada, que nos manda deitar e dormir! Mas a insistência de Deus em continuar chamando e a insistência de Samuel em responder hineni, levaram Eli a perceber que era Deus quem estava chamando Samuel, e lhe deu a orientação certa. V.9 – diga: “Fala, Senhor, porque o teu servo ouve”. Samuel deixou de ser menino espiritual e passou a ser um servo que ouve o que Deus fala e obedece. Hineni na boca de crianças espirituais não produz efeito, mas na boca de servos/as produz profetas! Aleluia!
Isaías 6 – Trata-se do chamado profético de Isaías. Uma tremenda experiência com Deus que levou o servo do Senhor até a Sala do Trono, onde um coral de Serafins adorava ao Senhor. Foi tão grande a experiência que Isaías achou que não sobreviveria (v.5), mas Isaías foi tocado por Deus e perdoado (v.7) e então o Senhor fez o apelo: “a quem enviarei, e quem há de ir por nós”? (v.8) Isaías agora estava preparado para responder: hineni, eis-me aqui, e acrescentou: envia-me a mim. Aqui hineni é consequência de uma profunda experiência com Deus, que não se esgota em si mesma, mas produz um chamado, uma resposta adequada e um envio (v.9) Vai e dize…
Nestes três textos, vimos Deus chamando uma pessoa idosa, uma criança e um jovem. Todos responderam: HINENI, com todas as suas implicações.
Servimos ao mesmo Deus de Abraão, de Samuel e de Isaías, que continua chamando servos e servas, sem qualquer distinção de idade, etc. Qual será a nossa resposta?
_ _
Alcides de Moraes Mendes – Mineiro, casado, pastor metodista aposentado na 4ª RE (ES/MG)

terça-feira, 26 de maio de 2015

O DEUS QUE ENTRA COM PROVIDÊNCIA!

Por Alcides de Moraes Mendes
Publicado originalmente em 07/11/2014 no site http://catedralmetodista.org.br/colunas/o-deus-que-entra-com-providencia/

A narrativa bíblica, sem maiores detalhes, está no livro de 2o Reis, cap. 4, versos de 1 a 7. Trata-se do ministério profético de Elizeu. Um de seus profetas auxiliares morreu e só deixou dívidas para a sua viúva e para seus filhos. O credor, com grande chance de ser um agiota, procura a família, comunica a dívida e ameaça levar os dois filhos como escravos no caso da dívida não ser paga no prazo estabelecido, o que fatalmente iria acontecer, pois não havia dinheiro com a família. Certamente houve muita oração e choro até reunir coragem para ir ao profeta Elizeu expor o problema, a vergonha e constrangimento da situação. Fiz 70 anos recentemente e nunca vi alguém que resolveu seu problema financeiro pegando dinheiro a juros extorsivos. E não só não resolve como complica e muito, quando a pessoa morre e os familiares ficam com o problema nas mãos e o desespero de ter que pagar sob pressão.
 Gosto da reação do profeta Elizeu, que não fica questionando, complicando a situação, mas vai direto ao ponto, objetivamente – isto é de Deus! Então o profeta pergunta com simplicidade: “o que hei de fazer pela senhora”? Ele não tinha uma solução pronta e está buscando uma pista do que possa ajudar a resolver o problema, que não se restringia ao pagamento do empréstimo, mas principalmente a sobrevivência da família no presente e no futuro. Segunda pergunta: “o que a senhora tem em casa”? Uma pergunta bem abrangente que envolve muita coisa. Mas a resposta veio rápida: “tua serva não tem nada”! Isto é terrível! Felizmente ela acrescentou: “senão uma botija de azeite”. E, para quem anda no sobrenatural, no reino espiritual, aí estava a solução: uma botija de azeite! O nosso Deus é Deus que multiplica! Mas zero não multiplica nada; qualquer número vezes zero é igual a zero! “Não tenho nada” – misericórdia! “Tenho uma botija com azeite”! No mundo natural isto não vale praticamente nada, mas no mundo espiritual vale tudo! Então Elizeu orientou a viúva sobre o que ela tinha que fazer. Parece simples, mas não é. Deus ia entrar com providência sim, mas a mulher e os filhos tinham que crer!
Vasilhas vazias! Desde quando vasilha vazia é solução para alguma coisa? A Bíblia diz em Isaías 43.13b que agindo Deus, quem impedirá? Primeiro: pedir emprestado na vizinhança o máximo de vasilhas vazias que pudesse conseguir. No entendimento natural deste mundo em que vivemos, a solução talvez estivesse em os vizinhos colocarem nas vasilhas o máximo de alimentos possível. Mas Deus queria vasilhas vazias! Segundo: levar tudo pra casa e fechar a porta (não é hora de curiosos ficarem atrapalhando ou dando palpites). Isto pode estar falando também ao nosso coração hoje, da necessidade de nos esvaziarmos de nós mesmos, do lixo espiritual que nos é imposto pela TV, por amizades ruins, por decisões e escolhas erradas. Deus quer encher nosso vaso, mas se ele já está cheio, nada acontece!
 Quando acabaram as vasilhas vazias, acabou também a multiplicação do óleo (não podia haver desperdício!). A viúva voltou ao profeta para receber novas instruções: ela e os filhos passariam a ser os maiores vendedores de óleo, da melhor qualidade, da região. Administração do dinheiro: primeiro, pagar a dívida e salvar os filhos. Segundo, reservar o necessário para as despesas do dia a dia. Terceiro, investir para o futuro. Quem sabe ela e os filhos não se firmariam como vendedores de óleo, no atacado, para revendedores, e no varejo, para os consumidores? Experiência é que não ia faltar!
 Finalizando esta meditação quero lhe propor uma aplicação prática do que estudamos: consiga um frasco pequeno com tampa e coloque pelo menos cerca de 10 ml de um azeite de boa qualidade. Então ore, de preferência com mais alguém da família, consagrando este azeite ao Senhor; em seguida guardará o frasco em um lugar visível. A ideia é que ao olhar para o pequeno vidro de óleo, venha à sua memória que, sendo necessário, você tem o suficiente para Deus operar poderosamente na sua vida e que ninguém, diante da pergunta “o que tens em casa” (no reino espiritual), tenha que responder:  “não tenho nada”! Mas possa dizer com convicção: tenho um pouco de azeite consagrado ao Senhor. Assim o Senhor nosso Deus poderá entrar com providência, multiplicando o que você tem, suprindo assim a sua necessidade, antiga, atual e futura!
O Senhor te abençoe e te guarde!
_ _
Alcides de Moraes Mendes – Mineiro, pastor metodista aposentado na 4ª RE (MG / ES)

segunda-feira, 25 de maio de 2015

VAI E PROCEDE TU DE IGUAL MODO

(Publicado originalmente em 26/12/2014 no link http://catedralmetodista.org.br/colunas/vai-e-procede-tu-de-igual-modo/)

LUCAS 10.25-37

O contexto – Encontro com os discípulos para relatório e avaliação da Missão dos 70. Estavam presentes também outras pessoas e dentre elas um doutor da lei mal intencionado que tudo ouvia com a finalidade de, no momento certo, fazer uma pergunta que pudesse colocar Jesus em má situação perante seus discípulos e a multidão que o seguia. Surgiu o momento esperado e o doutor da lei não perdeu tempo, fez a pergunta: “Mestre (Rabi), que farei para herdar a vida eterna?”, ou seja, que farei para ser salvo? Este doutor da lei sabia que Jesus, nas suas ministrações dava a entender que Ele era o Messias, ansiosamente esperado, o Salvador. Se a mesma pergunta fosse feita a nós nestes dias, como cristãos, só haveria uma resposta: receba Jesus como seu salvador pessoal e confesse com sua boca que Ele é Filho de Deus Pai. Mas naquele momento Jesus não havia sido ainda crucificado nem ressuscitado dentre os mortos. Jesus, o Rabi, sabia que aquela pergunta era uma armadilha.
Então vemos uma coisa muito importante para o nosso aprendizado: A REAÇÃO DE JESUS. Jesus não só é muito inteligente, mas tem absoluto domínio próprio, sabedoria e autoridade e não reage com raiva ou qualquer outro sentimento semelhante, mas com plena calma, ele não responde diretamente, mas devolve ao doutor da lei outra pergunta: “Que está escrito na Lei? Como lês tu”? Saiba que este é o nosso padrão! A gente conhece uma pessoa mais pelas suas reações do que pelas suas ações porque estas podem ser estudadas, preparadas, elaboradas, mas as reações nos pegam desprevenidos e é aí que mostramos quem realmente somos. Portanto, cuidado com suas reações! Por outro lado, fica aqui também outro conselho: não caia na armadilha da discussão e dizer tudo o que vem à cabeça. Procure manter-se calmo, sereno e tranquilo! Finalmente, ainda um discernimento importante quanto à reunião a que comparecem discípulos, pessoas da multidão e pessoas de outras religiões bem intencionadas ou não: muito cuidado com o que é falado e feito. Reunião só com discípulos é uma coisa e reunião plural é outra bem diferente. Por isto, como discípulos, não podemos nos limitar a participar somente dos cultos públicos de domingo à noite.
Voltando agora a pergunta de Jesus: “que está escrito na Lei?” – Salvação pela Lei? Para o doutor da lei a resposta estava na ponta da língua e qualquer criança em Israel saberia responder acertadamente (é o texto que está na “mezuzá”): “Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todas as tuas forças e de todo o teu entendimento, e ao teu próximo como a ti mesmo” (a última parte foi acrescentada pelo doutor da lei). Jesus então declara rapidamente: “Respondeste bem (elogio!); faze isso, e viverás” (conclusão de Jesus demonstrando para todos os presentes que o doutor da lei na realidade sabia a resposta da sua pergunta, que ele não queria aprender nada, mas causar confusão).
O doutor da lei não se dá por vencido e volta à carga perguntando agora: “quem é o meu próximo?” Mais uma vez Jesus reage com toda calma e conta uma parábola, cujo objetivo é fazer o doutor da lei responder a sua própria indagação, demonstrando, de novo, suas intenções para com Jesus.
A Parábola – um método de ensino, muito utilizado pelos Rabis, que consiste numa narrativa alegórica com fundamento doutrinário. Uma história simples, do dia a dia, ilustrando uma verdade moral ou espiritual. Jesus diz que certo homem voltava de Jerusalém para Jericó e foi assaltado no caminho. Os assaltantes, além de roubarem tudo que ele tinha, bateram muito no moço deixando-o quase morto. Casualmente, ou ocasionalmente, passou por aquele mesmo caminho um sacerdote, o qual vendo o moço caído, semimorto, passou direto e foi embora. Da mesma forma, casualmente, passou também um levita; passou direto e foi embora.
Certo samaritano que seguia a cavalo pelo mesmo caminho, mas não casualmente, vendo de perto a situação do moço, teve compaixão por sua vida e então parou, desceu do cavalo, fez curativos usando azeite e vinho, pegou-o no colo, colocou-o sobre seu cavalo, voltou para Jerusalém, levou-o para uma hospedaria, pagou a diária, tratou do moço durante o resto daquele dia, e no dia seguinte prosseguiu viagem, deixando tudo organizado para que nada faltasse ao moço até o seu restabelecimento. Então a pergunta final ao doutor da lei: qual dos três homens lhe parece ser o “próximo” do moço assaltado? “O que usou de misericórdia para com ele” (o bom samaritano!), respondeu o doutor da lei. Então Jesus concluiu: vai e procede de igual modo! O principal objetivo da Parábola foi atingido, pois além de responder a pergunta permitiu que o próprio doutor da lei respondesse sua indagação.
Mas há outros detalhes importantes na parábola que merecem destaque, do ponto de vista simbólico: Jerusalém, era o lugar onde estava o templo, onde se prestava o culto ao Deus único e verdadeiro. Lugar da bênção! Descer para Jericó, é o regresso, a volta para casa, abençoado sim, mas desavisado, alheio ao perigo. O assalto, o inimigo à espreita (veio para matar, roubar e destruir – João 10.10). O moço caído, semimorto, vidas da Igreja que no ir e vir do dia a dia estão caindo nas garras do inimigo. Andar casualmente, sem objetivos definidos, sem responsabilidade, sem preocupação; quem serve ao Senhor, de verdade, não anda assim! Sacerdote, vida que herdou uma função religiosa que devia ser também espiritual, mas nem sempre é. Levita, também é uma vida que herdou uma função religiosa, diferente da sacerdotal, mas que também devia ser espiritual. Nenhum dos dois sentiu compaixão pelo caído, daí seguiram seu caminho como se nada tivesse acontecido ao redor deles. Não eram “maus”, mas também não eram bons, no sentido espiritual de vidas que se importam, que percebem a oportunidade de ser útil, custe o que custar. Samaritano, vida sem qualquer expressão ministerial oficial, mas que se importa de verdade com os necessitados de socorro, de amparo,
de cuidados; que investem o que for necessário para solucionar o problema. Que tem consigo o óleo e o vinho, a unção do Espírito Santo e o sangue de Jesus. Por isto Jesus o chama de “bom”. Davi declara no final do Salmo 23 que “bondade e misericórdia me seguirão todos os dias da minha vida”.
Vai e procede de igual modo! Este é o padrão da Palavra!
_ _
Alcides de Moraes Mendes – Mineiro, casado, pastor metodista aposentado na 4ª RE (ES/MG)

domingo, 24 de maio de 2015

QUATRO COISAS IMPORTANTES

Por Alcides de Moraes Mendes  

No mundo globalizado de hoje, com a supervalorização da informação e do conhecimento humano, onde reina uma competição desenfreada e perversa na disputa de empregos e tudo mais, a Bíblia Sagrada, a Palavra de Deus, nos apresenta pelo menos quatro textos que falam de “UMA COISA”:
1) Uma coisa EU SEI; 2) Uma coisa EU FAÇO; 3) Uma coisa PEÇO E BUSCAREI e 4) Uma coisa só É NECESSÁRIA. Nestas quatro coisas há muita sabedoria de Deus para a nossa vida espiritual!
1) João 9.25 – UMA COISA EU SEI – trata-se da cura de um cego de nascença que Jesus encontrou numa das suas caminhadas. Os discípulos discutiam se a sua cegueira não seria consequência do pecado de seus pais ao que Jesus respondeu que não, mas que era para que se manifesta-se nele as obras de Deus. Dito isto fez lodo com sua saliva e aplicou este lodo nos olhos do cego, mandando que em seguida o rapaz fosse se lavar no tanque de Siloé. O cego obedeceu e voltou vendo! Isto gerou uma grande controvérsia entre os vizinhos e os fariseus. O ex-cego teve que repetir inúmeras vezes o seu testemunho. O grande problema era que além de ser um milagre sobrenatural que já incomodava os fariseus, a cura se dera num sábado, dia do descanso judaico. Depois de muita discussão os fariseus disseram ao que era cego para dar glória a Deus porque para eles Jesus era um pecador por curar no sábado, ao que o jovem respondeu, com muita unção: se é pecador não sei, mas UMA COISA EU SEI: eu era cego e agora vejo, ou seja, Jesus me tirou das trevas para sua maravilhosa luz! Ele me salvou! E é isto o que importa. Não importa se você não sabe teologia, filosofia, história das religiões, etc. Mas você precisa ter certeza de que Jesus ama você, deu a sua vida por você. Ele, salva cura e liberta. Ele quer tirar você das trevas espirituais e trazer você para a sua Luz. E a Bíblia diz que isto é importante SABER!
2) Filip. 3.13 – UMA COISA EU FAÇO – Há pessoas que são capazes de fazer várias coisas ao mesmo tempo, como por exemplo, falar em dois telefones e ainda com quem está perto. Mas não dá muito certo, não. Quem faz mais de uma coisa ao mesmo tempo acaba não fazendo nada direito. O apóstolo Paulo nos ensina com muita sabedoria: Uma coisa eu faço, e poderíamos acrescentar: de cada vez. Isto significa objetividade, firmeza de propósitos, saber o que quer. Então Paulo continua o seu pensamento: 1) Deixo o passado para trás (é história), 2) Avanço (enfrento) o que está diante de mim (hoje, no presente) e 3) Prossigo para o alvo – Jesus (o meu futuro está nas mãos de Deus).
 3) Salmo 27 – UMA COISA PEÇO E BUSCAREI – no v.3 o salmista Davi declara na sua oração: “Ainda que um exército (inimigo) se acampe contra mim (ao meu redor) não se atemorizará o meu coração (não terei medo); e, se estourar contra mim a guerra (entrar em luta), ainda assim terei confiança”. Então no v.4 ele ora: “Uma coisa peço ao Senhor e a buscarei: que eu possa morar na Casa do Senhor todos os dias da minha vida, para contemplar a beleza do Senhor e meditar no seu templo”.
Peço e buscarei – não basta pedir e pronto, mas pedir e buscar (desejar ardentemente).
Morar – é encontrar abrigo seguro Na Casa do Senhor – no esconderijo do Altíssimo!
Todos os dias – dedicação integral a Deus (não só aos domingos)
Para – ter um objetivo claro
Contemplar – adoração/comunhão elevadas ao grau máximo, na plenitude da graça.
E meditar no seu Templo – um estágio avançado do estudo da Palavra de Deus (1-ouvir, 2- ler, 3- estudar, 4- memorizar, 5- meditar) 
4) Lucas 10.42 – UMA COISA SÓ É NECESSÁRIA – Jesus e os discípulos na casa das irmãs Marta e Maria. Diz o texto que Maria se assentou aos pés de Jesus e estava atenta, embevecida, com os seus ensinamentos. E Marta estava agitada, indo de um lado para o outro, super atarefada e nervosa. Alguém tinha que fazer as coisas andarem. Mas o problema é que Marta ficou zangada e reclamou com Jesus pelo fato de aceitar que Maria ficasse assentada aos seus pés, deixando ela assoberbada. Jesus diz então: Marta, Marta, você está inquieta e preocupada com muitas coisas, mas tem hora que é preciso parar, se aquietar! Sua irmã entendeu isto! Que neste momento eu só quero uma coisa: comunhão, atenção, adoração! Quem fizer esta escolha, isto não lhe será tirado. Amém!
_ _

Postado em 22 out 2014  no site  http://catedralmetodista.org.br/colunas/quatro-coisas-importantes/