quarta-feira, 16 de setembro de 2015

A ABRANGENTE PRESENÇA DE DEUS

Texto: Josué 1, 2, 3 e 4
Muito se fala da Travessia do Mar Vermelho e pouco da Travessia do Rio Jordão. A primeira aconteceu no início da caminhada, sob o comando de Moisés. A segunda, no final da caminhada, quarenta anos depois, sob o comando de Josué. Moisés havia morrido. Deus falou claramente com Josué como proceder. Embora este povo fosse chamado “povo de Deus” da mesma forma que aqueles que saíram do Egito, somente duas pessoas dos que saíram permaneciam vivos, Josué e Calebe. Isto faz muita diferença porque este povo não tinha a experiência da travessia do Mar Vermelho, só Josué e Calebe. Mas Deus preparou outra oportunidade para o seu povo ter a experiência pessoal com o Deus que nos dá livramento, o Deus presente entre nós.
Faltava muito pouco para entrar na Terra Prometida. O Rio Jordão era um dos últimos obstáculos a ser ultrapassado, mas era época de cheia; o rio transbordava as suas margens e era grande a força da correnteza.
Deus dá a Josué palavras de ordem para preparar o povo para transpor o rio do jeito que estava. A primeira palavra é para o próprio Josué. Palavra de ânimo! A segunda palavra é para o povo se preparar materialmente: comida, roupa, pertences. Dentro de três dias iam atravessar o rio. A terceira palavra é espiritual: “Santificai-vos! (jejum, oração, consagração); amanhã o Senhor fará maravilhas no meio de vós. Quando vires a Arca da Aliança do Senhor deverão se levantar e seguir a Arca, mantendo a devida distância”.
O que é a Arca da Aliança? É a peça mais importante do Tabernáculo e do Templo. Uma caixa de madeira de lei, acácia, de 1,25m x 0,75m x 0,75m, revestida de ouro por dentro e por fora, com duas argolas de ouro de cada lado para passar os varais e uma cobertura chamada de Propiciatório, de ouro puro, com dois querubins de ouro batido.
Dentro da Arca estavam as Tábuas da Lei, uma porção do Maná e a vara de Arão que floresceu. Ninguém podia, em hipótese alguma, tocar na Arca, olhar dentro dela, nem olhar para ela estando descoberta. Só os sacerdotes podiam pegar pelos varais apoiando-os nos ombros para transporta-la.
A Arca é um SÍMBOLO. E o que é símbolo? É um substantivo masculino, um objeto físico ao qual se dá uma significação abstrata, figurativa. Na Bíblia encontramos muito a linguagem simbólica. E a Arca simboliza o que? A PRESENÇA DE DEUS! A Arca não é um objeto de louvor ou de adoração, muito menos de idolatria. Por isto somente um homem, o sumo-sacerdote, uma vez por ano, no dia do perdão, podia entrar no lugar chamado Santo dos Santos, para ministrar perdão para todo o povo de Deus, segundo o ritual do livro de Levítico. Portanto, frisamos bem, a Arca não é Deus, mas representa a presença de Deus. Sendo assim precisamos discernir o simbolismo contido em toda a arca:
1) Madeira – representa humanidade (será como árvore plantada… – Sl. 1.1-3; Je. 17.7-8). Jesus assumiu a forma de homem para cumprir a vontade do Pai e poder salvar o homem (humanidade).
2) Ouro – o metal mais nobre, mais valioso, mais puro. Representa o poder do Espírito Santo, que cobre o homem (experiência que muda o exterior do homem). Ouro por dentro – experiência que muda o nosso coração, o nosso íntimo.
3) Propiciatório – a tampa da Arca, de ouro puro, sobre a qual era ministrado o perdão. Dois querubins de ouro puro batido, em posição de adoração, representam os próprios querubins, cujo ministério específico é servir o tempo todo exclusivamente a Deus. Ouro puro batido – pureza obtida com sacrifício, sofrimento.
4) Varais – A Arca precisava ser conduzida por mãos humanas, vidas que exerciam um ministério na Casa do Senhor, nos ombros, com dedicação total, pagando um preço. É assim que é!
5) Conteúdo – As Tábuas da Lei com os dez mandamentos – representa a Palavra de Deus que nos orienta, nos consola, nos dirige, nos exorta, nos diz tudo o que precisamos saber para salvação e vida com Deus. Uma porção do Maná – “o pão nosso de cada dia nos dá hoje” (Mt. 6.11), o Deus que nos sustenta. A vara de Arão que floresceu – houve ciúmes entre os representantes das tribos, quanto ao serviço do sumo-sacerdote, questionando porque só Arão é que podia exercer este ministério. Então Deus orientou que o líder de cada tribo entregasse a Moisés o seu bordão com o nome da tribo escrito nele, sendo que no bordão da tribo de Levi seria escrito o nome de Arão. Moisés colocou todas as varas no Santo Lugar de frente para a Arca que estava protegida pelo véu. No dia seguinte voltou para ver o que tinha acontecido. A vara com o nome de Arão, da tribo de Levi havia brotado, tendo inchado os gomos, produziu flores e dava amêndoas (Nm. 17.8). Assim, através deste milagre, Deus confirmou o chamado de Arão para o sumo-sacerdócio. Deus confirma sempre tudo o que Ele fala conosco, especialmente quando nos chama para exercer algum serviço na sua presença.
A travessia do Jordão – chegou a hora de vencer este grande obstáculo. Deus manda os sacerdotes pegarem a Arca, colocá-la sobre os ombros e se dirigirem ao rio. No exato momento em que colocassem o pé dentro d’água, o rio pararia de correr, se amontoando pelo tempo necessário para que todos passassem a pé enxuto: a presença de Deus se manifesta no início da dificuldade. Em seguida, com as águas do rio paradas, os sacerdotes deviam se posicionar bem no meio do leito do rio até todo o povo passar em frente à Arca e sair do outro lado, em frente a Jericó: a presença de Deus se manifesta no meio da dificuldade. Depois que todos passassem, saindo do leito do rio e fosse levantada uma coluna com doze pedras, os sacerdotes também sairiam e o rio voltaria a correr normalmente: a presença de Deus se manifesta no fim do problema.
Como vimos, a presença de Deus na nossa vida, no nosso lar, no nosso local de trabalho, na nossa Igreja, no nosso ministério é muito mais abrangente do que se possa imaginar. Por isto Deus nos convida a experimentarmos a sua presença de uma maneira sempre nova, profunda e constante.
PUBLICADO ORIGINALMENTE EM 29/01/2015, EM http://catedralmetodista.org.br/colunas/a-abrangente-presenca-de-deus/

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