O texto bíblico em Marcos 2:1-12 fala da cura de um paralítico. O verso 1 diz que “dias depois, entrou Jesus de novo em Cafarnaum, e logo correu (a notícia) que ele estava em casa.” O texto passa a nítida impressão de que Jesus gostava desta cidade como também de “estar em casa”. É muito provável que esta casa seja a casa da sogra de Pedro, um lugar muito especial onde Jesus se sentia como se estivesse na sua própria casa.
Então surge a pergunta: será que Jesus gosta da nossa cidade? Se não temos certeza ou achamos que não, o que fazer para que Ele passe a gostar? Eu aprendi que na vida espiritual tudo começa com oração; não a oração repetitiva, genérica, sem alma, mas a oração específica, no Espírito, que intercede pelo prefeito, pelo vice, pelos secretários, pelos funcionários da Prefeitura, pelas autoridades, juízes, promotores, delegados, contra a prostituição, contra a violência, contra os vícios, contra a corrupção, a favor do progresso da cidade, pelas entradas da cidade e muito mais! A mesma pergunta pode ser feita em relação a nossa casa? Será que Jesus gosta da nossa casa, ao ponto de se sentir à vontade? O que fazer para que seja assim?
O verso 2 diz que a notícia de que Jesus estava em casa correu rápido e muitos afluíram para lá e a casa ficou lotada de gente por dentro e por fora, e Jesus lhes anunciava a Palavra. Certamente haviam já experiências anteriores do povo daquela cidade com Jesus, e deviam ser experiências muito boas porque um número grande de pessoas se deslocou para ter com Jesus. Não havia nada organizado em termos de som, impressos, cartazes, convites, equipe de apoio, mas o povo foi para o lugar onde Jesus estava. Por quê? Porque Jesus era diferente dos outros pregadores; Ele não se promovia, mas anunciava a Palavra de Deus, com autoridade, com simplicidade, não para mostrar conhecimento, mas para transmitir conhecimento, falar de tal maneira que as pessoas entendam qual o plano de Deus para elas naquele momento. Além disto, havia, ainda, os sinais que acompanhavam a sua Palavra, principalmente cura e libertação.
A narrativa dos versos 3 e 4 fala de quatro homens daquela cidade que gostariam de estar lá na casa mas foram em outra direção bem diferente da casa de Pedro.
Certamente já tinham alguma experiência de cura com Jesus porque tinham certeza de que se conseguissem levar o amigo paralítico até Jesus, ele poderia ser totalmente curado. Não havia nada adequado para levar o doente até o lugar da reunião; resolveram leva-lo na própria cama. E assim saíram pelas ruas da cidade levando o amigo enfermo na própria cama, sem se importarem com que os outros pudessem falar. Chegando na casa, outro problema: como entrar com aquela cama na casa lotada de gente? Não tinha como! O normal seria desistirem da empreitada e dizerem para o amigo: “Olha, fizemos o que era possível, mas infelizmente não deu… fica pra próxima (haveria próxima?)”. Não! Não é isto que diz o texto. Os amigos não se entregaram à derrota, mas subiram ao terraço da casa, abriram uma passagem que coubesse a cama sem deixar o doente cair e desceram a cama com o auxilio de cordas, bem aonde Jesus estava. Isto é tremendo! A nossa experiência com Deus precisa gerar frutos, vidas que tem que ser levadas praticamente no colo até Jesus. Não podemos salvar, nem curar, nem libertar pessoas, mas Jesus pode e a nossa missão é levar as vidas até Ele, vencendo todos os desafios que se apresentarem. Se fizermos a nossa parte com fé e determinação, Jesus certamente fará a dele, que somente Ele pode fazer.
Verso 5 – Vendo-lhes a fé, Jesus disse ao paralítico: “Filho, os teus pecados estão perdoados”. Nossos atos podem demonstrar fé ou não, e é importante que mesmo sem palavras, as pessoas “vejam” a nossa fé. Pecados perdoados? – Oops! Pera aí! Mas não foi para isto que os quatro amigos tiveram tanto trabalho!
Calma! Jesus sempre sabe o que está fazendo e nós temos que esperar nele! O verso 6 diz que havia alguns escribas assentados ali na casa prestando atenção a tudo. Eram fariseus e doutores da Lei. Não foram ali aprender nada, mas foram com o intuito de fiscalizar. Jesus sabia disto mas não deu importância porque agora havia chegado o momento deles serem confrontados com o Messias. Jesus declarar o perdão de pecados, para os fariseus e judeus, de modo geral, era uma blasfêmia (v. 7) gravíssima, que podia ser punida exemplarmente.
No verso 8, Jesus demonstra aos fariseus que sabe o que eles estão pensando e no verso 9 faz a pergunta que eles jamais queriam ter ouvido: “Qual é mais fácil? Dizer ao paralítico: estão perdoados os teus pecados ou dizer: levanta-te, toma a tua cama e anda”? Para os escribas não havia escolha e Jesus nem dá tempo para eles pensarem numa resposta e no verso 10 diz: “Ora, para que vocês saibam que o Filho do Homem (Messias) tem toda autoridade sobre a terra para perdoar pecados, disse ao paralítico”: verso 11 – “Eu te mando: Levanta-te, toma o teu leito e vai para casa”. Verso 12 – “então o paralítico se levantou e, no mesmo instante, tomando o seu leito, retirou-se à vista de todos”.
O Espírito Santo pode nos dar uma revelação ou palavra de conhecimento sobre o que as pessoas estão pensando e nós temos que ter sabedoria para usar isto da maneira certa e no momento certo. “Para que vocês saibam”. Contra fatos não há argumentos: Jesus se identifica como aquele que tem todo o poder e que o principal ou mais importante não é a cura, mas o perdão, e para que tomem conhecimento do poder de Deus que opera Nele, dá a ordem de cura e no mesmo instante aquele que foi perdoado se levanta e não só anda, mas carrega a sua cama de volta para casa e todos dão Glória a Deus!
Concluindo:
– Jesus gosta da nossa cidade?
– Jesus gosta da nossa casa?
– O povo está afluindo às nossas reuniões?
– A Palavra de Deus é anunciada de maneira que as pessoas entendam?
– Os sinais acompanham a Palavra?
– Há vidas interessadas em apresentar seus amigos a Jesus para salvação, cura, libertação (ação missionária), dispostas a vencer todas as barreiras?
– Está havendo perdão no nosso meio?
– O nome de Jesus está sendo glorificado?
– O povo está dando Glória a Deus?
Amém!
PUBLICADO ORIGINALMENTE EM 06/04/15, EM http://catedralmetodista.org.br/colunas/levanta-te-toma-o-teu-leito-e-anda/
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